Mitos, verdades e mentiras.
O governo anuncia a construção da maior hidroelétrica do mundo na Amazônia, em uma área de aproximadamente de 780 km2, o Parque Nacional do Xingu, que ficará submersa para sempre. O maior crime ecológico da história vai ser perpetuado, em nome da eficácia energética da Nação, uma verdade dita e redita com requintes de farsa e negociatas.
Não se questiona a necessidade da ampliação do sistema de produção elétrica e todos os esforços nesse sentido são louváveis. Entretanto, os países desenvolvidos estão preocupados na implementação de produção energética que sejam de baixo teor ofensivo para a comunidade e o meio ambiente. A produção de energia elétrica por hidroelétricas produz uma energia limpa? A maioria dos países acha que não, e investe pesadamente em energias alternativas com a finalidade de desonerar o sistema total de produção, como é o caso, por exemplo, da China, Alemanha e os EUA. A produção energética por hidroelétricas não só agride o meio ambiente, como não é um sistema de produção linear, oscilando por influências climáticas. Sistemas de média potência produtiva, as energias aeólicas, solares e outras, se não produzem energia de alta potência que visem à produção industrial, no entanto, desafogam o sistema produtivo global, liberando-o para a produção industrial.
Somente existem três modelos de produção de alta potência elétrica, que são: o sistema hidroelétrico, termoelétrico e nuclear. O termoelétrico, com suas terríveis emissões de CO2 e baseado em combustível não renovado, é o mais nefasto ao planeta Terra. Já o hidroelétrico, o sistema predominante em nosso País, atinge e agride o meio ambiente e oscila com as variações climáticas. O termonuclear é um sistema de produção linear e constante, no entanto, necessita de maiores cuidados com a constante manutenção e com o despejo do lixo atômico. Existe uma propagando massiva contra o sistema termonuclear, enfatizando os perigos dessa tecnologia, com exemplos de desastres que aconteceram. Ora, toda tecnologia adiantada traz no seu bojo maiores perigos, mas não vamos deixar de viajar de avião, trocando-o por carroças, porque o pássaro metálico é mais perigoso. A questão é investir em segurança e manutenção. No que pertine à energia hidrelétrica, vale lembrar quantas barragens se romperam, quantas inundações terríveis acontecem todos os anos, quantas mortes são contabilizadas em decorrência dos efeitos diretos e indiretos do sistema hidroelétrico?
No Brasil, o governo anunciou um plano ambicioso de energia alternativa, que até o presente momento não passa de meia dúzia de cataventos, comprados a peso de ouro, através de negociações um tanto obscuras. Entretanto, esse feito é comemorado pelos seguidores do governo como o maior avanço na luta contra as emissões do CO2, argumentando que essas terríveis emanações carbônicas estão diminuindo drasticamente! Uma afirmação como essa é no mínimo simplória, burra, para não dizer, cínica e mal intencionada. Parece piada, não? O nosso sistema de produção elétrica quase não usa termoelétricas, e como um punhado de cataventos pode diminuir a emissão dos gases carbônicos? Os cataventos, de forma mágica, vão produzir energia para a crescente frota de automóveis, aqueles carros mais caros do mundo, que o ex-presidente Lula implementou o financiamento com o programa "Meu carro, minha vida", levando ao delírio às Montadoras e Bancos? O
Urge, no Brasil, que a classe política se conscientize do problema energético, que é mundial, e opte seriamente pelas fontes alternativas. O Brasil é um país tropical, em que o sol nos brinda quase o ano todo com a sua presença, de forma que a energia solar é plenamente viável. O custo das placas pode ser muito bem assumido pelo governo, se aplicar seriamente os recursos públicos. Há, também, a possibilidade de investimento no tocante à energia eólica, ou seja, seguir os passos dos países do primeiro mundo, optando pelas formas alternativas e que não oferecem riscos nem causam dano à natureza e ao ser humano.
Pois é, companheiros. Se o nosso sistema de geração de energia alternativa avança em passos largos, por que a construção dessa mega hidroelétrica? Existe quem afirme que a área inundada servirá para os projetos agropecuários do Lulinha e sua tropa de empresários do campo, e sem falar nas ajudas financeiras às pobres empreiteiras, capitaneadas pela Oderbrecht.
Ivan Bezerra de Sant Anna