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domingo, 1 de março de 2015

O Neofascismo

O Neofascismo 

O Lulismo tenta trombetear para a sociedade que são representantes de uma opção de Esquerda, semelhante com a implantada na Venezuela por Hugo Chaves e, como consequência,  a Direita formou um bloco de oposição, sendo os extratos médios o seu exército aguerrido. Nada mais falso!

O PT nasceu dos extratos médios e sempre foi a sua sólida base eleitoral, ao contrário dos extratos médios venezuelanos que sempre foram conservadores e reacionários. Se hoje a Professora Marilena Chaui diz  odiar a "classe média" - ela mesmo uma digna representante desta -  faz isso em decorrência de ter percebido o imenso divórcio dos extratos médios com o Lulismo. Por ironia da história e os imensos erros do lulismo, aquelas pessoas que ontem iam às ruas protestar contra a ditadura militar, gritar o "fora Collor", votar maciçamente no PT, hoje pedem o impeachment da Presidente da República, a senhora Dilma. Quem mudou, Lula e seus seguidores ou as pessoas dos extratos médios? Será que a Revista Veja teve esse poder de transformar as pessoas em reacionárias anticomunistas ou o Lulismo transformou-se em um agrupamento neofascista, praticando o populismo, a enganação e a corrupção?

Lula tenta acirrar os conflitos sociais, utilizando a difamação de pessoas honradas pelas lutas pretéritas, como é o caso do inesquecível Mário Covas, hasteando a bandeira da irresponsabilidade, lançando todas as pessoas na lama, com a principal finalidade de demonstrar que o PT não está sozinho no esgoto escuro da corrupção. Claro que o PT não está sozinho, e por que precisa forçar uma construção imaginária, tendo Maluf, Collor, Sarney, Renan Calheiros, como aliados? Mas o aventureirismo, a pilantragem, o cinismo, não  possuem limites, ao ponto de forçar a implementação de conflitos destrutivos no seio da sociedade. O Sr. Lula precisa criar polos antagônicos, fabricar um conceito de povo para ocupar o vazio das suas propostas "progressistas", um local onde congregue uma massa amorfa de demandas díspares, reunidas pelo populismo clientelista e corrupto. Como aglutinador dessa multidão sem identidade, ele comanda seu exército contra todas as pessoas que se opõem ao seu projeto totalizador, e não importa quem sejam, mesmo aqueles que outrora lutaram ao seu lado devem ser destruídos de uma maneira cruel, vil, uma pena que ultrapasse a sua finitude física: a destruição da sua história e reputação! O mais chocante disso tudo, não é ouvir Lula disparar projetos ferinos, seus adjetivos destrutivos, pois nada diferente pode-se esperar de um aventureiro, arrivista e pilantra. O que doe profundamente é ler, ouvir de ex-companheiros, pessoas que sempre acreditamos ter um nível de conhecimento e consciência superior, repetirem como crentes fundamentalistas, as ladainhas oportunistas e destrutivas desse oportunista nefasto. Então, perplexos, indagamos: a tão cultivada razão, a qual nos dedicamos ao longo das nossas vidas, não passa de argumentos prostituidos a serviço dos interesses mais egocêntricos e pragmáticos?

O Sr. Lula conclama o seu "lumpemproletariado", assim como fez Luiz Bonaparte, na França, para invadir os espaços públicos, distribuindo porradas nos adversários e colocar o Brasil em pé de guerra. Tal como os camisas pardas ou negras do nazi-fascismo, o exército paramilitar lulista precisa invadir as ruas, amedrontar os adversários, confiando que as Forças Armadas fiquem passivas, resignadas e penitentes pela culpa pesada da ditadura militar de 1964. Por desinformação ou audácia desmedida, ele esquece que nem sempre os militares  interviram motivados por um reacionarismo conservador, mas sintonizados com o povo, como foi no caso da deposição de D. Pedro I, e no Tenentismo que originou a Revolução de 30. 

Ele se acha o herdeiro de Simon Bolivar, Marti  ou na hipótese mais modesta, de Hugo Chaves. Ele sabe que a Venezuela não é o Brasil, e não se assemelha nem um pouco com o confuso e transloucado Nicolau Maduro. Bem ou mal, com avanços e equívocos, o chavismo mexeu profundamente com o processo de distribuição de renda, estatizando a exploração do petróleo, diminuindo drasticamente o reinado econômico das antigas elites oligárquicas, fato que levou os EUA à guerra declarada contra o chavismo, fazendo uso dos velhos métodos de guerra, tais como, investir em conspirações, desabastecer o mercado de alimentos e fazer uso de uma vasta propaganda anticomunista. E o que fez o nosso "Salvador do Nordeste"? Avançou o processo de estatização das empresas que vivem devendo ao BNDES? Ampliou com qualidade o sistema de ensino e saúde pública? Investiu na irrigação das terras nordestinas, visando ampliar a produção de alimentos, com a consequente ampliação da oferta de trabalho? Protegeu a floresta Amazônica? 

Pelos aplausos que recebia de Bush, é óbvia a resposta das questões acima. O seu governo foi um paraíso para os Bancos, para as montadoras de veículos, para as empresas de ensino privado, para as empresas agrícolas da Amazônia e para todas grandes empresas que sempre viveram às custas do BNDES. E o que ele fez com a Petrobrás? Algo que os tucanos privatistas morreram de inveja: terceirizou a empresa, entregado aos aliados e comparsas as atividades mais lucrativas, montando a maior sangria dos recursos financeiros, jamais imaginado pelos pássaros bicudos. Esse é o socialismo do Sr. Lula? Se afirmativa for a resposta, isso não é novidade, pois Toni Blair e Bill Clinton já o fizeram com muito mais brilho, elegância e com um índice suportável de corrupção. O que foi uma novidade, entretanto, é que o melhor gerente do capital neoliberal de todos os tempos - palavras do seu amigo, Emílio Odebrecht - tenha sido um raivoso metalúrgico que cuspia ódio contra toda classe empresarial. No Brasil, a terra do camaleão, ódio demais é promessa de um grande amor.

Essa conversa da Direita que Lula é um terrível socialista é conversa para boi dormir, ou melhor, fazer dormir todo o rebanho do Lulinha. Essa ficção serve para a extrema direita trombetear contra o socialismo, mostrando a sua face corrupta e permite a um reles delinquente, a legitimidade ideológica para manter seu projeto político. Lula serve para a Direita como uma rachadura estratégica na muralha anticorrupção, erguida por sustentáculos normativos, baseados em severas penas, que os países socialistas construiram. No entanto, qualquer visceral anticomunista sabe que Lula é muito desonesto e individualista para ostentar qualquer sufixo "ismo", e não querem admitir a existência de uma nova faceta da Direita, o neofascismo populista, regado por água de coco, aclimatado por ares tropical. 

Fala-se que um deputado federal, rendendo-se aos fatos consumados e para homenagear o seu líder maior, apresentou um projeto de lei para incluir um novo tipo de pessoa ao Código Civil: ao lado da pessoa física e juridica, vai estar presente a pessoa cítrica ou melhor, o tão conhecido "laranja", aquele que diz ser uma coisa e é outra; uma versão tropicaliente do trust inglês: a pessoa que tem formalmente um bem, mas para o gozo, usufruto eterno de outra. Assim, o nosso Lula é pessoa cítrica dos interesses das grandes empresas e usufrutuário de outras pessoas cítricas, como é o caso do Lulinha.

Não é uma graça esse socialismo cítrico ou em outras palavras, o neofascismo "Beija Flor"?

Ivan Bezerra de Sant' Anna