Particularmente, nada tenho contra o Sr. Henri Clay ou o Sr. Cézar Britto, o comandante dos bastidores dessa chapa. Ao contrário, tenho o mais profundo respeito pela carreira profissional do grande mentor dessa chapa.
No entanto, algumas considerações devem ser feitas, visando uma maior transparência das informações. Acho importante que o Sr. Cézar Briito não tente esconder que é petista, uma opção que fez já a algum tempo. Sabemos que esse senhor controla a OAB ao longo de 12 anos, e ao transcurso desse tempo, essa instituição selou um acordo com o lulismo, fato esse de caráter inegável, não precisando maiores investigações ou mesmo interpretações sofisticadas.
A OAB representa a totalidade dos advogados e não deve, mesmo de maneira disfarçada, filiar-se a grupos políticos. Esse órgão é composto de profissionais de variadas tendências políticas e deve primar pela imparcialidade política-partidária, centrando seus objetivos na defesa dos interesses da advocacia e dos direitos civis de cidadania.
Infelizmente, o que assistimos perplexos, são declarações de Diretores da OAB que beiram ao ridículo, a desfaçatez, e ao adesismo simplório ao lulismo, chegando ao ponto de atacarem juízes que investigam a pior corrupção já noticiada nesse País. É lamentável que esses senhores, pertencentes ao grupo do Sr. Cézar Britto, atuarem como advogados do lulismo, quando deveriam estar defendendo toda uma categoria. E que advogados! Faltam-lhes um mínimo ético, o respeito pelos institutos juridicos que são usados e reconhecidos por todos os países de democracia avançada, tal como, a delação premiada, por exemplo. No afã pela defesa dos seus companheiros "ideológicos", praticam um pragmatismo vil e irresponsável.
Dizem que estão defendendo os princípios basilares da Democracia, o que de fato é muito preocupante. No entanto, talvez tenham razão! Olhando sob o prisma da real democracia brasileira, sob o primado de regras constitucionais confusas e ambíguas, o nosso sistema político é de uma peculiaridade estonteante! Talvez seja o caso de uma nova conceitualização que se adeque ao nosso esquizoide sistema democrático, e nesse caso, as sugestões oriundas dos cartazes nas ruas podem ter grande serventia. Por que não Cleptocracia?
Os nossos colegas devem isentar-se de qualquer interesse pessoal na hora do voto, porque isso é que se espera de um profissional digno que defende a grandeza da OAB. É importante lembrar que a responsabilidade é indeclinável, queiramos ou não. Vale à pena sempre lembrar as sábias palavras da filósofa Hannah Arendt: "No holocausto, algumas pessoas são culpadas, porém todas são responsáveis".