Não
Ao nascer
Berrei um Não
E na linha do tempo
Formo e transformo
Dizendo Não
Às baionetas que calam caladas
Os afagos dos porretes esclarecidos
Milícias das palavras gatunas
Pardas nos telhados soturnos
Não! Um sonoro não!
Às mulheres posseiras
Propriedades devolutas
Julietas sem magia
Canto engaiolado
Gaguejo assustado
Um abismado Não
Se o ovo anuncia
Desdita profecia
Morro em cada dia
Faço do Não
A magia
Da noite
O dia
Das ondas quebrantes
As espumas insistem
Não, elas dizem
Eclodem da dor sentida
Areia úmida e maresia
Ondas assumidas
Logo mar outra vez
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