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quinta-feira, 17 de março de 2016

Saudades da praça

Saudades da praça.

Como dizia uma simplória música do tempo do Zé Rollete, "hoje eu acordei com saudade de você", meu amigo Karl Marx. Talvez essa saudade aguda tenha sido por causa do sonho em que você me falava algumas coisas, como se quisesse que eu fosse seu canal de comunicação com os vivos, dentre muitos outros. Ora, meu caro amigo, um sonho é um sonho e nada mais, pois assim penso. Um sonho premonitório, mediúnico? Sabe, amigo, não sou um homem afeito a essas coisas do além, e pelo que me consta, você também. Jamais me imaginei representando um papel de profeta ou mesmo de  sub-profeta, revelando as palavras divinas, pois sempre desconfiei  que essas palavras poderiam ser minhas, usadas como recurso da minha vilania manhosa ou, na melhor das hipóteses, um surto intermitente de esquizofrenia. 

No entanto, meu caro filosofo, não sou um homem que desconhece os avanços da ciência parapsicológica, dando-me ao prazer do benefício da dúvida, esse instituto grandioso, solenemente homenageado por Sócrates, a eterna gênese da Filosofia. Assim, vou levar a público todos os sonhos em que me revela alguma coisa, mesmo enfatizando que os sonhos são apenas sonhos. Darei o pretensioso título de "Marx comenta" com o intuito mexer com as cabeças dogmáticas ou cínicas, uma espécie de choque com o agulhão da arraia, esperançoso com o aparecimento da maiêutica, a parteira do conhecimento.

Um abraço fraterno, caro amigo.

Ivan Bezerra de Sant Anna