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quarta-feira, 4 de junho de 2014

Que sapiência, Presidenta!





Que mundo estranho! Esse reino da pós-modernidade que tem Deleuze como um dos ícones, um topos ideológico baseado em uma confusa alteridade que relativiza a verdade ao sabor do doce pragmatismo constitutivo. Poderá ser a última acomodação explicativa do capitalismo que esvazia todo conteúdo simbólico-normativo do edifício econômico e social, deixando os conceitos submetidos aos princípios abstratos, indefinidos, e definidos pelas acomodações do mercado. Em outra palavras: pura e indigesta salada de variedade, revestida sob uma bela e sofisticada capa teórica que impulsiona o populismo intelectual e político que, em terras brasileiras, nem sempre se dá ao trabalho da sofisticação.

Esse descuido da senhora presidente pode ter muitas explicações, dentre elas, a sua necessidade imperiosa e compulsória da afirmação dos seus atributos femininos. Uma mulher pode ser Presidente, gerente ou qualquer coisa, sem que isso precise recorrer a um ato de puro arbítrio, violando a gramática de uma maneira tão bisonha, beirando a fronteira crepuscular da ignorância. A palavra "presidência" denota a função de presidir e é um substantivo feminino, Sra. Presidente! Se a palavra já é feminina, por que substitui-la por outra de existência negada pelos  verdadeiros gramáticos? Duplicar a feminilidade dessa palavra não é somente um erro grosseiro, como poderá ser a afirmação  da sua negação, mesmo que não seja o seu real objetivo. Não lhe ensinaram na sua época de guerrilheira de esquerda que na Dialética uma dupla negação afirma um certo conteúdo da tese negada e que uma dupla afirmação é tentar escamotear a sua negatividade?

Entendo que esses atos de arbítrios são decorrentes de inseguranças existenciais e políticas, pois quando o arcabouço institucional normativo-simbólico não atende às variadas demandas sociais e econômicas, o único recurso existente é o populismo e quando esse se mostra insuficiente, o autoritarismo entra em cena. Como Marx afirmava que a base econômica é predominante,  essencial para o desenvolvimento e manutenção ampliada de uma ideologia, quando a crise se instala ou está em uma virtualidade explosiva, o autoritarismo é uma pedra de muitas pedras que pavimentam o caminho do totalitarismo.

Uma palavra feminina que é sinônimo do Poder Executivo e quando inscrita em uma chapa de um veículo, quer apenas dizer que o referido veículo está a serviço do referido Poder e nunca o sexo do chefe que o preside. Essa simples mudança ingênua de palavras, Sra. Presidente, não vai resolver nada, a não ser a demonstração inequívoca que um ato caprichoso pode violar o conhecimento adquirido com muito esforço pela humanidade e construir banalidades perigosas. E pior: para algumas pessoas embaladas por medos paranóicos, essa translação de Presidência para Presidenta pode ser um ato influenciado por desejos reprimidos inconfessáveis, exemplificado por um acontecimento de triste recordação, quando a Sra. Marilza em sua santa devoção, confundiu a titularidade de propriedade de uma obra de arte que era um Cristo da Presidência, com um Nazareno do Presidente, consequentemente, da "Presidenta" Marilzenta. No entanto, Lula é Lula, o Cara de Obama, o filho dileto de Deus e sendo assim, não cometerá nunca violação ao 7º Mandamento, pois estará sempre amando o próximo como a ele mesmo. E um crucifixo, o dinheiro público podem estar bem próximos...

Se trocar a palavra Presidente por Presidenta já é considerado um grave erro gramatical, imagine Presidência por Presidenta. Aliás, essa palavra é um puro capricho seu, aplaudido por gramáticos aduladores e interesseiros. Como é o particípio ativo do verbo presidir, essa palavra não pode ser flexionada em gênero. Por exemplo: o particípio ativo do verbo Ser é a palavra "ente" e nunca poderá ser "enta", pois por associação melódica, impulsionada por um falso feminismo,  pode soar como "anta".

Coitada da nossa falsa República!



Publicado no site http://www.facebook.com/ibezerra52; http://ibezerra.xpg.com.br e no Blog http://terradonunca-ibezerra.blogspot.com/




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