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sábado, 29 de agosto de 2015

Machista ou mulher virtual

Machista ou mulher virtual?

Existem certos acontecimentos que nos deixam tristes e com poucas esperanças nesse rebanho de pessoas que denominamos de humanidade. Crueldade, idiotice, cretinice em alto grau, laivos de sociopatia, o que pode explicar o comportamento lamentável de uma pessoa que expõe um momento de intimidade sexual com outra pessoa na rede social? Como entender que um ato de intimidade compartilhada por duas pessoas que buscam o prazer, possa servir de um propósito vil, almejando, tão somente, humilhar um colega de farda, com uma tentativa calhorda de fazer publicidade dos seus méritos de caçador individualista possessivo. Aliás, como demonstrou esse vídeo nefasto, o que se viu foi uma anti-propaganda de um pênis semi-mole, impotente para a grande fêmea que ali estava.

Não culpem essa moça pelo impensado suicídio do seu noivo, pois se existe um responsável, este foi, sem sombras de dúvidas,  esse pobre imbecil, buscando afirmar sua condição de macho precário. Que machismo nefasto! Essa moça apenas queria um momento de prazer diferenciado, como outras tantas mulheres que tentam se desvencilhar das amarras inibidoras do machismo possessivo e egoísta, caminhando nas veredas da ampla sexualidade feminina, uma dádiva do misterioso universo, tão pouco entendido pela pequenez do macho. Taxar esse momento de prazer como uma traicão nefasta é não perceber a enorme  hipocrisia das normas sociais dominantes, e  a grandeza do prazer como um momento de êxtase, um encontro com a totalidade do Ser. A mulher-loba não comete traição; ela uiva para a Lua em busca dos seus sonhos e desejos, e o gozo que conquista, traz o cintilar para os seus olhos, uma luz que ilumina os tortuosos  caminhos da existência. Ama-la, não é tarefa para um macho pequeno e inseguro; é necessário ser muito homem!

Quanto a essa sórdida pessoa do pênis bambolê, um conselho: percebe-se pela flacidez da sua principal arma que uma fêmea em pleno gozo lhe assusta. Ou será que uma vagina desejosa lhe causa um pavor inconsciente? Quem sabe se uma verdadeira mulher não é a sua "verdadeira praia"? Que tal participar das paradas Gay e lá se sentir mais "em casa"? Essas são indagações que você deve responder com honestidade, objetivando a sua real felicidade. Na minha modesta opinião, pobre criatura, você não passa um mísero caçador de troféus das mulheres que mata simbolicamente para tentar resolver o tormentoso dilema com sua persona feminina que tanto lhe apavora. Um verdadeiro homem - o que possivelmente jamais será - dialoga com sua persona feminina, entende os seus desejos e pode, de vez em quando, penetrar na fantasiosa Terra do Nunca. O verdadeiro macho é aquele que a sua mulher interna é caracterizada  pela suave e eterna carência da mulher externa que lhe alimenta de fantasias, amor e humanidade. Tenho a impressão, triste garoto, que já matou virtualmente tantas mulheres para roubar suas almas que já não precisa viver essa complexa dialética existêncial, pois já é a propria mulher. Ou melhor: de um "querer ser" inconsciente para o "pensar ser" arbitrário e dramático, essa será sua permanente psicose que confundirá como uma opção de escolha. 

Esse  dia chegará suavemente sem que perceba; tudo é uma questão de tempo e oportunidade.

Ivan Bezerra de Sant Anna

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