O que falam os votos
Uma vitória quase impossível", dizem os votos, levando-se em conta a falseada democracia brasileira torturada e distorcida pelo fisiologismo e a compra de votos. Uma vitoria de David contra o Golias? Não vamos chegar a tanto - se bem que o Bolsonaro é fã incondicional do povo judeu -, mas, convenhamos, a disparidade de forças era imensa, pois do lado adversário estavam a grande mídia, aliados poderosos e maquinas estatais que trabalharam a todo vapor. Mesmo assim, o candidato que arrotava preconceitos de todas matizes, ganhou com relativa folga. Como explicar esse fenômeno, o mito Bolsonaro?
Sem querer tirar seus méritos - desde de já o parabenizo -, sou da opinião que o mito Bolsonaro é uma criação do lulismo, um ente gestado por irresponsabilidade do criador, e para quem acredita que o sr. Bolsonao é um filhote das trevas, uma ""Coisa" inominável, a bela e terrível historia da romancista inglesa Mary Shelley cai como uma luva de pelica em mãos frias. Vejam bem: ao tentar alcançar a imortalidade. Victor Frankenstein criou um mito deformado, rancoroso e deprimido, uma criatura que se volta contra o seu criador.
No entanto, Lula não é o Dr. Frankenstein e nem o Bolsonaro é a criatura bizarra da romancista inglesa, mas um homem comum que, até pouco tempo atrás, era uma caricata piada de mal gosto que alimentava o rico manancial das anedotas políticas do Congresso Nacional. E como esse homem simplório se tornou mito? A resposta não é simples, embora seja cristalino alguns elementos formativos, nesse caso, pode-se usar como metáfora, a tenebrosa historia da Mary Shelley, que ressalta a tormentosa questão da responsabilidade no fazer humano.
Nós o criamos! E quando digo "nós", me refiro a aqueles que usaram as nossas bandeiras para encobertar os seus atos sórdidos, que tinham por objetivo maior o controle das instituições republicanas e o enriquecimento de um grupo de políticos e empresários desonestos, conhecido nas paginas policiais dos jornais como a Irmandade. Eles destruiram com o aliciamento das compras de parlamentares a frágil e arquejante democracia brasileira, e agora chamar o Bolsonaro de antidemocrático - isso soa como piada -, pois o candidato eleito, no máximo, quer terminar a obra que o lulismo começou, mas sem fazer uso das vestes camaleônicas.
De onde vem as ideias privatistas do Sr. Bolsonaro? Em parte vem de um convencimento ideológico que lhe fora incutido, mas, convenhamos, assistir aulas práticas de como transferir os recursos financeiros públicos para o setor privado da educação através do Prouni é meio caminho ofertado, é um excelente convite à continuação do processo. E a excelente aula sobre o uso do BNDES para financiar - sem pagar a referida benesse - o falseado capitalismo brasileiro? É que falar das inúmeras terceirizações dos nossos “socialistas” tupiniquins? O mais gritante foram as privatizações camaleônicas e corruptas, efetuadas nas Empresas estatais, deixando-as prontinhas para serem totalmente privatizadas sob os aplausos da maioria da população, revoltada com a “ineficiência” dessas empresas.
Aulas não faltaram ao senhor Bolsonaro! Ele agora está pronto para avançar nas terras amazônicas e transformá-las em pastos, uma vez que assistiu o presidente Lula fechar os olhos para o crescente desmatamento da floresta e para a enorme dívida de mais de um trilhão de reais do setor ruralista, uma omissão aplaudida pelo seu filhinho que é um dos grandes latifundiários da região.
Mesmo contra um dos princípios reitores seguido em todos países desenvolvidos da Europa, o Sr. Bolsonaro acha que a saúde das pessoas deve ser objeto de mercado, seguido a lei da oferta e da procura, preceito que causa arrepios em pessoas que cultivam um mínimo de solidariedade humana. Entretanto, ele só foi uma pessoa muito atento às práticas lulistas,percebendo o descalabro malandro da saúde pública, e se alguém discorda dessa afirmação é só verificar a destruição do sistema público de saúde nos governos Lula/Dilma, da imensa corrupção que desviou os recursos financeiros da saúde pública, com compras adulteradas por preços valorizados ou contratos pagos sem as respectivas entregas da mercadoria. Um pequeno exemplo do que afirmo é o súbito enriquecimento de ex-secretários da saúde de alguns Estados que o lulismo governou, que se elegeram com votos comprados à Prefeitos dos interiores.
Como grande admirador dos EUA e do povo de Israel - ainda afirmam que ele é Nazista! -, segundo declaram alguns, o Sr. Bolsonaro está ávido para entregar as nossas riquezas nas mãos do mercado financeiro internacional, dando flexão aos direitos trabalhistas para atrair investimentos para o País. Embora com seu estilo disfarçado, Lula foi um bom professor, ou estou equivocado quando li uma entrevista do Sr. Emilio Oderbrect, declarando que Lula foi o melhor presidente para o empresariado? Se bem que o empresariado a que um dos chefões da Irmandade se refere são as empresas da construção civil, os Bancos, as empresas educacionais e de medicina, que se beneficiaram bastante nos governos lulistas. O próprio Lula que antes falava da grande injustiça da despedida imotivada constante na CLT, após ser presidente, começou a usar o termo “empregabilidade”, um dos conceitos reitores do neoliberalismo.
Os votos assim falaram, mas os seguidores do lulismo fingem que não ouvem, e se precipitam com manifestações “antifascistas”, agora com a liderança guerreira de Boulos, um intelectual que imita a voz rouca e os gestos do Chefe para se credenciar à sucessão da coroa.
Vamos estar de alerta e esperar os atos do candidato eleito, que, queiram ou não, é o Presidente do povo brasileiro. Mas se precisarmos ir às ruas, que não nos acompanhe os lulistas, porque se isso acontecer, perderemos total credibilidade junto à população que através da urnas disse um sonoro NÃO ao lulismo.
Ivan Bezerra de Sant’ Anna
Nenhum comentário:
Postar um comentário