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quinta-feira, 17 de abril de 2014

Memórias de minhas putas tristes é um livro singelo, bem escrito, produzido nos anos de maturidade, com a narrativa na primeira pessoa, fato esse que demostra muita segurança de um escritor, com uma paragrafação ritmada, densa e melódica. Um excelente livro, onde a sensualidade mistura-se com a ternura e os sonhos com a realidade.
Dizem que as obras primas são obras simples, porém densas em camadas de significados que permitem a qualquer leitor, o deleite, o caminhar nas trilhas das fantásticas florestas mágicas e cada olhos de leitores diferentes, mundo e panoramas diferentes. Uma obra prima agrada a um leitor mais humilde, tanto quanto, a um leitor mais sofisticado.
Entre Cem anos de solidão, obra de um realismo fantástico, com grande influência dos textos carnavalhizados de François Rebelais, uma obra cheia de metáforas de figuração fantástica, prefiro uma obra singela que não foi construída para demostrar erudição ou aplausos intelectuais, mas um livro onde a forma e o conteúdo se fundem, ora em harmonia, ora em contraponto. Um livro para ser sentido, vivido e rescrito pelo leitor. Esse livro é "Memória das minhas putas tristes", assim como "O velho e o mar", de Ernest Hemingway, um livro de paginação ínfima, mas de uma densidade extrapolativa e transcendental.

Adiós, camarada. Las putas del mundo lamentan su muerte y las campanas de las catedrales de los peajes mundo para ti.

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