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segunda-feira, 16 de julho de 2018

Que presente!

Que presente!



A vitória da Seleção francesa sobre a Croácia é um belo presente para comemorar o aniversário da queda da Bastilha, um sinistro símbolo de opressão do autoritarismo.

Existe quem afirme que acusar a Croácia de neo-nazista é Fake - está muito em moda essa palavra -, e depois de descrever o caminho que leva a esse país, desata em elogios à cultura democrática milenar croata.

Será que é Fake? 

O Jornal Estado de São Paulo publicou  que as “músicas racistas e saudações fascistas passaram a fazer parte da rotina em estádios e, pior, incentivada por jogadores. Ainda hoje cantam a canção de ode ao nacionalismo, como Bojna Cavoglave (da banda de hard rock, Thompson), diz Gabriel Santos do site Esquerda Online”. Para quem não sabe, essa musiquinha que os jogadores cantam, dentre ele, o Lovren e o Vrsaljko, é considerada pró-fascista, porque "Bojna Cavoglave" começa com a saudação "Za dom, spremni!" ("Pela pátria, prontos!"), em uma tradução livre. Esse grito era usado pela Ustache, o grupo nacionalista que tomou o poder na Croácia durante a Segunda Guerra Mundial após a invasão da Alemanha nazista na Iugoslávia.

Apoiada por Adolf Hitler, a Ustache liderou repressão severa aos sérvios ortodoxos — os croatas são, na maioria, católicos — entre os anos 1930 e 1940. Além disso, o grupo manteve o campo de concentração de Jasenovac, onde cerca de 100 mil pessoas. A Croácia foi um Estado fantoche criado pelos nazistas após invadirem a Iugoslávia. O Ustase esteve à frente da Croácia até 1945 e, nesse período, espalhou o terror pelo país matando indiscriminadamente sérvios, judeus e ciganos.

Coisas do passado? 

Segundo a Revista Fórum, “No Ano passado o governo croata retirou estátuas do líder comunista iugoslavo Tito de diversas cidades, mudando nomes de ruas e praças que o homenageavam. O governo permitiu também que os veteranos da unidade paramilitar, HOS, que combateu na guerra de independência, colocassem, em homenagem aos soldados mortos, uma placa com um lema fascista a algumas centenas de metros de um antigo campo de concentração, onde foram assassinados sérvios e judeus na Segunda Guerra”.

Em 2015, a UEFA sancionou a própria Federação Croata de Futebol com um jogo de portas fechadas e 50 mil euros de multa por insultos racistas dos seus adeptos. O site Brasil-247 noticiou que “a vitória da Croácia sobre a Inglaterra em uma das semifinais da Copa da Rússia, nesta quarta-feira (11), foi manchada pelas seguidas manifestações xenófobas e de caráter neonazista dos jogadores e membros da comissão técnica da seleção. O jornalista brasileiro Juca Kfouri republicou em seu blog artigo do espanhol La República sobre o assunto com o título  ‘Croatas seguem enaltecendo o nazismo na Rússia’".

Para certas pessoas pode ser agradável - um colírio para os olhos - ver as belas mulheres branquinhas de olhos claros na torcida, e verificar a inexistência de jogadores “de cor” na Seleção Croata. Entretanto, afirmar a existência de uma fabulosa Democracia liberal na Croácia é um tanto demais, a não ser que se entenda por Democracia o supremo direito de xingar, espancar negros, mulheres e homossexuais.

Parece que a saudação nazista de Luka Modrić feita algum tempo atrás (https://youtu.be/ntFD30IDZVs), também processado por corrupção e falso testemunho, não surtiu efeito, mesmo tendo sido ele escolhido injustamente como o melhor jogador do mundial. Seu time tomou uma sapecada de 4X2 com requinte de crueldade: os negros Kylian Mbappé, N'Golo Kanté e Paul Pogba jantaram a “supremacia branca” croata sem piedade.

Ivan Bezerra de Sant’ Anna

Publicado no site http://www.facebook.com/ibezerra52; http://ibezerra.xpg.com.br e no Blog http://terradonunca-ibezerra.blogspot.com/

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