Me dê o pé, Louro.
Essa história não é uma ficção, mas um fato verídico que se passou em minha casa, na cidade de Itabaiana, local onde tive uma péssima ideia de criar um papagaio. Essa ave infeliz vivia aprontando sempre, e muitas vezes fugia para a cidade de Aracaju para realizar suas peripécias. Devo alertar que qualquer possibilidade de alusões às pessoas é mera coincidência. Vamos ao diálogo que tive com esse papagaio. Diálogo com papagaio? Sim, e não fiquem perplexos, pois essa ave se revelou um prodígio na falação do vernáculo. Vamos lá.
Que história é essa que está divulgando, se dizendo apaixonado e querendo casar? Você está querendo aprontar de novo. Não bastam os problemas que causou? Você apaixonado, Louro? Conte outra! Você já foi casado e, mesmo assim, aprontava com outras papagaias, inclusive com aquela do bico arrebitado. A única papagaia que sempre esteve apaixonado foi você mesmo, e olhe lá.
“Que injustiça, Zé. Mesmo você me colocando em um poleiro com correntes nos pés, cortando as minhas asas, não vai impedir o voo do meu coração em busca do amor de minha vida. Não estou mais interessado em politicagens, só bebo água, rezo todos os dias para Padin Ciço me ajudar. Por favor, ‘Seu guarda, seja me amigo/ Me bata, me prenda, faça tudo comigo/ Mas não me deixe, ficar sem ela’.”
Corta essa, Louro safado. Pensa que me engana recitando a música de Bruno & Morone? Você está carente é da água que passarinho não bebe. Está esquecido das malandragens que fez em Aracaju? Não se lembra que você surupiou os retratos 3X4 do Colégio Estadual para vendê-los ao incauto Valtinho, dizendo que eram retratos de homens “lindos e bonitos”? Está lembrado das juras de amor que fez à Magnólia, tudo para ficar com seus lotes de meias? Ou quando se fez passar por um empresário das meninas polonesas para vender esse “lote de amor” para o Tonho do Mira? E quando lançou o projeto “Meu trem, minha vida”, na Cascatinha, fazendo convênios com empresas públicas, utilizando o pobre do Peri-Peri como garoto propaganda? Acho que não se esqueceu do dia em que quiz vender a Ponte do Imperador para os banqueiros, um leilão em que o leiloeiro era Jacutinga. Por essas e outras, Louro, o seu lugar é no poleiro e bem amarrado.
”Eu sou um papagaio de família, tá ok? Sou inocente de tudo que me acusa. Fui o maior estadista penoso que já existiu. Forjaram provas contra mim por puro despeito e inveja. Até o papagaio-tesoureiro do atual presidente, o Malukedes, já reconheceu a minha inocência e minha importância como presidente do Grêmio MalaDireta. Esse Malukedes é um gênio da mutreta, como fui esquecê-lo durante a minha gestão?”
Com quem aprendeu essa história do “tá ok”, Louro safado? Você é mesmo um papagaio camaleão, coisa ruim. Está querendo que tenha peninha de você? Não sou ministro do Suprema Tapeação Federal, portanto, na minha lei não existe livramento condicional para papagaio psicótico, nenhuma progressão penal, muito menos a safada prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica.
Louro, se é que existe essa papagaia apaixonada por você - têm louca para tudo - então peça para lhe visitar, que eu deixo ela lhe amar no poleiro.
Zé do Mercado
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