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quarta-feira, 10 de julho de 2019

Um dia...

Um dia..

Épocas passadas obedecíamos às leis
Às leis das elites ou das baionetas caladas
Calávamos, mas respeitávamos às regras dos jogo
Afinal, lei é lei, compactuadas ou de imposição aclamada
Delas, a nossa legitimidade era proclamada

Um dia, o sorriso da Constituição Cidadã
Por fim, éramos Supremos e a liberdade infinita acenava
Um desafio à maturidade e ao bom senso
Chegaram os partidários, os inconfessáveis
Vaidade, interesse e malandragem
Que fazer com o nosso poder-liberdade?
Tudo ou nada?

Egos pequenos e vazios
Ilimitadas supremacia dos desejos
Aos princípios, tudo
À lei, nada
À materialidade estendida
O elástico da usurpação
Vibravam os acórdãos dissonantes
Uma multidão num mercado de quinquilharias

Às nossas baionetas-canetas
O povo disse não!
No começo, as babas raivosas
Depois, não muito depois, com gozação
Mas que povo? Povo é apenas povo
E supremas eram nossas decisões

Um dia, a desobediência
Milícias, grupos armados, quartéis inconformados
Todos disseram Não
A nossa legitimidade era de um tinteiro
Que virou gozação
Eles tinham as armas
E nós as piadas nas mãos.

(Uma observação: isso não é um poema, mas uma pueril reflexão, de um itabaianense arretado, chamado Zé do Mercado, membro do Supremo Tribunal da Mangação.)

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