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quarta-feira, 10 de julho de 2019

Que coincidência! É o amor!

Que coincidência! É o amor!

Depois de anos sendo torturado pelos silogismo extravagantes da Senhora Dilma, sínteses de argumentos que nem a dialética dos loucos explica, atualmente sou brindado pelas frases entrecortadas do Senhor Bolsonaro, o atual Presidente da República, frases essas que me lembram uma pobre criança com severas limitações cognitivas, um pequeno Édipo  que anseia pelo permanente seio materno. E como Édipo e Narciso são irmãos siameses, o nosso Capitão-Presidente ostenta uma vaidade arrogante, um ódio ostensivo a tudo que não reflete a sua imagem.

Ocorreu-me uma ideia! Apesar dos pesares, eles fariam um casal feliz! Olhem, leitores, estou falando sério, pois como sempre disse o populista e transloucado Jacutinga, “brincadeira é o jegue da Imbura”, e como todos sabem, de jegue e brincadeiras  ele entende muito. Assim, não sendo nem jegue e nem brincadeira, vou demonstrar que Dilma e Bolso estão mais próximos do que sonha a vã consciência. Sendo ela um complicador e ele um simplificador, no fundo, na essência, eles se complementam. Querem alguns exemplos?

Dilma que sabia que as empresas estatais estavam anêmicas de tantas chupadas dos morcegos corruptos, estava resolvida terceirizar as ditas cujas, vendendo seus ativos para grandes empresas privadas, como exemplifica o projeto de venda do pré-sal para os chineses. Já o Bolsonaro, mesmo se autoproclamando nacionalista patriótico, simplificou: por que não vender todas as empresas estatais para as grandes empresas privadas, de preferência as apontadas pelo Trump?

Dilma sabia que o BNDS fazia financiamentos para grandes empresas e para amigos companheiros que nunca pagaram um tostão, então colocou em segredo de Estado os dados financeiros. Já o Bolso, que alardeou que iria abrir a caixa preta do BNDS, depois de receber um puxão de orelhas do “inteligente” Paulo Guedes, simplificou o problema, divulgando apenas os empréstimos aos países socialistas, esquecendo-se dos capitalistas desonestos.

Dilma sabia que o presidente anterior tinha permitido a construção de uma enorme dívida por parte do empresariado da agroindústria - perto de um trilhão de reais -, mas nada fez para cobrar. Bolsonaro resolveu essa tormentosa questão: vai perdoar a dívida!

Dilma sabia que seu antecessor pouco estava se importando com as verdes matas e as onças, mesmo porque o seu filhinho é proprietário de vastas áreas na região norte, local onde o gado pasta pacientemente esperando o matadouro. Assim, ela fechava os olhinhos para desmatamento, enquanto proferia suas frases “filosóficas” sobre a ecologia. Bolso, o simplificador, foi direto ao assunto e decretou: mata boa é capim para alimentar gado, e onça é para ser caçada.

Escolas públicas para a “ex-presidenta”, como também pensava o seu antecessor, deviam ser estruturas de propaganda partidária e fábricas  produtoras de diplomas para os pobres, enquanto as escolas privadas eram regados de dinheiro público, através de programas de financiamentos, como, por exemplo, os créditos educativos. Já o Bolso, depois de comer um sanduíche sentado no chão - os bolsomínios entram em frenesi: que homem simples! -, teve a brilhante ideia para resolver essa duplicidade: a eliminação da escola pública!

E para que gosta de inversões de polaridade, a dupla Dilma-Bolso nada deixa a desejar. Como em quase tudo, Dilma complica e o Bolso simplifica, existem momentos que os papéis se invertem. Querem saber? Querendo ou não, vou dizer.

Dilma sempre soube que existiam conflitos de interesses entre os variados grupos e Partidos que compunham o acórdão governamental, e que ela foi eleita pelas mãos do seu antecessor, assim sendo, resolveu ser uma marionete de luxo do seu grande chefe, uma boa simplificação do Poder que a permitiu  proteger seus pouquíssimos neurônios dos curto-circuitos oriundos da saturação sistêmica.

Já o nosso Bolso, acostumado pela caserna a receber ordens, começou a agir como uma criança órfã de muitos país adotivos, uma complicação que sua mente nunca conseguiu resolver. Com a morte do Coronel Brilhante Ustra, quem é o seu novo grande pai simbólico? Olavo de Carvalho, General Mourão, Sérgio Moro, Paulo Guedes? Um líder precisa de um grande pai ou ele é o próprio Grande Pai para os seus comandados? Nesse quesito, o antecessor da Dilma foi vitorioso.

É, o menino Bolso complicou e está complicado! Sua limitada estrutura cognitiva e o seu ego fragmentado  o capacita apenas a receber ordens, e não é à toa que bate continência para Trump, para os líderes israelenses e até para o Bispo Macedo. Enquanto se esperneia como uma criança mal educada, o seu governo se dilacera em inúmeras competições destrutivas, cada grupo puxando a sardinha para si.

Por essa razão, esse fictício casamento de Bolso e Dilma não é algo fora da lógica. Duas faces que se dizem antagônicas podem ser faces da mesma moeda, que, se jogada para o alto pode cair em pé, e, nesse caso, poderemos ver as duas faces coladas uma na outra. “E que coincidência.. o amor”. Não seria delicioso imaginar os dois de mãos dadas, ao por do sol, chutando as marolas rebeldes,  línguas sussurrantes nas  orelhas frias, dizendo segredos de liquidificador?

Ivan Bezerra de Sant’ Anna

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